Mar Português

Publicação original do Mar Portuguez
Contemporânea, n.º2, Out. 1922

Mar Português (também grafado Mar Portuguez) é um dos poemas mais famosos de Fernando Pessoa.[1] O poema foi originalmente publicado na revista Contemporânea, em 1922, e mais tarde integrado no livro Mensagem (1934), que é um livro dividido em três grandes temáticas: Brasão, Mar Português e O Encoberto, que se debruça sobre a época das grandes navegações, sendo os interlocutores o Infante D. Henrique, Vasco da Gama e Fernão de Magalhães.[2] O poema tem uma temática nacionalista, como o resto do livro.[3]

Estrutura

O poema é composto por duas sextilhas, alternando versos decassilábicos e octossilábicos.[4]

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!


Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

Referências

  1. «O Mar, as Descobertas e a Literatura Portuguesa». Letras&Letras 
  2. «Mensagem». Modern!smo - Arquivo Virtual da Geração de Orpheu 
  3. Zilda Freitas (2015). «Mito e identidade nacional na poética de Fernando Pessoa: o ideal platônico d'A República e o projeto imperial pessoano» (PDF) 
  4. «Escansão». E-Dicionário de Termos Literários 


  • v
  • d
  • e
Fernando Pessoa
Ortónimo
Alberto Caeiro
Álvaro de Campos
  • Obra Completa (no wikisource)
Ricardo Reis
  • Obra Completa (no wikisource)
Bernardo Soares
  • Livro do Desassossego
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