Gabu (cidade)

 Nota: Se procura Reino africano de Gabu, veja Reino de Gabu.
Gabu
Nome local
Gabu
Geografia
País
Província
Província Leste (en)
Região
Região de Gabu
Parte de
Sede
Sector de Gabu
Capital de
Região de Gabu
Altitude
39 m
Coordenadas
12° 17′ N, 14° 13′ OVisualizar e editar dados no Wikidata
Demografia
População
43 556 hab. ()
Gentílico
gabuense
Mapa

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Gabu é uma cidade da Guiné-Bissau pertencente ao sector de mesmo nome, capital da região de Gabu. Localiza-se às margens do rio Campossa, ao centro de sua região.

Segundo o censo demográfico de 2009 o sector possuía uma população de 81 495 habitantes,[1] sendo que 41 612 habitantes somente na zona urbana da cidade de Gabu, distribuídos numa área territorial de 2 122,8 km².[2][3] Com tais números, é a segunda mais populosa cidade do país, superada somente por Bissau e, efectivamente a maior localidade do leste da nação.[4].

Situa-se a cerca de 263 quilómetros de Bissau e funciona como um um grande centro de comércio.

História

A partir de 1537, a cidade foi fundada com o nome de Gabunto (Kabintum), sendo um dos centros econômicos do reino homônimo de Gabu.[5] O seu povo era originário da zona de Mandé, atual Mali, e parte da Guiné-Conacri.[5][6] Era uma das cidades natais do clã dos mansas que governaram o reino de Gabu durante esse período.[5] O reino era inicialmente vassalo do Império do Mali.[5][6] À medida que este último entrava em crise e diminuía de importância, Sama Koli, governador da província de Gabu, proclamou-se rei, mas manteve muitas das heranças culturais do Mali.[6] O novo reino construiu muralhas de terra em torno da cidade de Gabunto (as ruínas sucumbiram com o tempo) e estabeleceu relações comerciais com os portugueses na costa.[6]

No início do século XIX, o grupo étnico fula se converteu ao islã e iniciou a Guerra de Cansalá[6] para acabar com o domínio Mandé.[7] Terminou com um grande incêndio que causou grandes danos e baixas em ambos os lados.[6] Gabu depois se ligou ao Imamato de Futa Jalom[6] e foi finalmente assimilada ao Império Português na década de 1890.[7] Os portugueses batizaram a cidade de "Nova Lamego", em homenagem à cidade do Lamego.[8] Foi renomeada como Gabu após a independência da Guiné-Bissau.[8]

Política

Vislumbrando o fim das instabilidades políticas do país, Gabu foi admitida como membro associado da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), no ano de 2006.[9]

Economia

A economia local assenta na produção de frutas, legumes, carvão, peixe, carne, artesanato e cerâmica. Uma característica distintiva de Gabú são os burros que circulam nas ruas, como não se vê no resto do país, e que são utilizados na lavoura e no transporte de mercadorias e de pessoas.[6]

Infraestrutura

Transportes

Gabu é um dos grandes entroncamentos rodoviários do país, sendo ligada ao território nacional pela Estrada Nacional nº 1 (N1), que a conecta à Bafatá, ao oeste, e a Piche, ao leste. Outra rodovia importante é a Estrada Nacional nº 4 (N4), que a liga a cidade de Pirada, ao norte, e a Madina do Boé, ao sul. Já pela Estrada Local nº 21 (L21), há acesso a cidade de Sonaco, ao noroeste, e; pela Estrada Local nº 23 (L23) à vila-secção de Cabuca, ao sudeste.[10]

Gabu possui um dos três aeroportos em funcionamento da nação (os demais são os de Bubaque e Bissau), o Aeródromo de Gabu-Nova Lamego, recebendo voos esporádicos somente de Bissau. O aeródromo está em vias de ser interditado, dado que a cidade o cercou e sua pista é utilizada como rua.

Comunicações

Em sinal de televisão aberta, existe o canal Televisão da Guiné-Bissau, e; entre as operadoras de rádio, há transmissões da Rádio Sol Mansi, da Rádio Gandal, da Rádio Sintchã Occo, da Rádio Jovem Bissau e da Radiodifusão Nacional da Guiné-Bissau. Os serviços postais, de encomendas e de cargas da cidade e do sector são geridos pelos Correios da Guiné-Bissau.[11]

Referências

  1. «Guinea Bissau Census Data, 2009 - Série Temporal de População Total Residente - Sector de Gabu». Instituto Nacional de Estatística. 15 de janeiro de 2016. Consultado em 20 de outubro de 2020 
  2. Estudo: Guiné-Bissau. Lisboa: ANEME, 2018.
  3. «Boletim Estatístico da Guiné-Bissau: Guiné-Bissau em Números 2015» (PDF). Instituto Nacional de Estatística. 2015 
  4. World Gazetteer, Obtido em 16 de junho 2008
  5. a b c d Kansala: O embrião do poder mandinga na Guiné-Bissau. Por Dentro da África. 23 de janeiro de 2017.
  6. a b c d e f g h Joana Benzinho; Marta Rosa (março de 2018). «City of Gabú». Discovering Guinea Bissau (PDF) 2 ed. Coimbra: Afectos com Letras/Gráfica Ediliber. p. 98 
  7. a b Gomes, Américo. (2012). «História da Guiné-Bissau em datas.» (PDF). Lisboa 
  8. a b Governador de Gabú denuncia subida de criminalidade na região. Bissau On-line. 21 de julho de 2019.
  9. Gabu. UCCLA. [s/d].
  10. Mapa Rodoviário da Guiné-Bissau. Direcção Nacional de Estradas e Pontes. Outubro de 2018.
  11. Lopes, António Soares. (Agosto de 2015). Os media na Guiné-Bissau (PDF). Bissau: Europress / Edições Corubal 
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