Funções elípticas de Weierstrass

Em matemática, funções elípticas de Weierstrass são funções elípticas que tomam uma forma particularmente simples (cf funções elípticas de Jacobi); elas são nomeadas em referência a Karl Weierstrass. Esta classe de funções são também tratadas como funções P e geralmente escritas usando o símbolo {\displaystyle \wp } (uma letra p estilizada chamada p Weierstrass).

Símbolo para a função P de Weierstrass.

Definições

A função P de Weierstrass definida sobre uma porção do plano complexo utilizando uma técnica usual de visualização na qual o branco corresponde a um polo, preto a um zero, e a máxima saturação a | f ( z ) | = | f ( x + i y ) | = 1 . {\displaystyle \left|f(z)\right|=\left|f(x+iy)\right|=1\;.} Notar um retículo regular dos polos, e dois retículos que se entrecruzam de zeros.

Pode-se definir à função elíptica de Weierstrass de três maneiras muito similares, cada uma delas possui certas vantagens. Uma é como uma função de variável complexa z {\displaystyle z} e uma retículo Λ {\displaystyle \Lambda } no plano complexo. Outra é em termos de z {\displaystyle z} e dois números complexos ω 1 {\displaystyle \omega _{1}} e ω 2 {\displaystyle \omega _{2}} que definem um par de geradores, ou períodos, do retículo. A terceira é em termo de z {\displaystyle z} e de um módulo τ {\displaystyle \tau } no semiplano superior. Esta se relaciona com a definição prévia mediante a seguinte expressão τ = ω 2 / ω 1 {\displaystyle \tau =\omega _{2}/\omega _{1}} , a qual em virtude da convenção usual de pares de períodos se encontra no semiplano superior. Utilizando este método, para um z {\displaystyle z} fixo as funções de Weierstrass resultam ser funções modulares de τ {\displaystyle \tau } .

Considerando os dois períodos a função elíptica de Weierstrass é uma função elíptica com períodos ω 1 {\displaystyle \omega _{1}} e ω 2 {\displaystyle \omega _{2}} definida como

( z ; ω 1 , ω 2 ) = 1 z 2 + m 2 + n 2 0 { 1 ( z m ω 1 n ω 2 ) 2 1 ( m ω 1 + n ω 2 ) 2 } . {\displaystyle \wp (z;\omega _{1},\omega _{2})={\frac {1}{z^{2}}}+\sum _{m^{2}+n^{2}\neq 0}\left\{{\frac {1}{(z-m\omega _{1}-n\omega _{2})^{2}}}-{\frac {1}{\left(m\omega _{1}+n\omega _{2}\right)^{2}}}\right\}.}

Então Λ = m ω 1 + n ω 2 {\displaystyle \Lambda =m\omega _{1}+n\omega _{2}} são os pontos do par de retículos, pelo que

( z ; Λ ) = ( z ; ω 1 , ω 2 ) {\displaystyle \wp (z;\Lambda )=\wp (z;\omega _{1},\omega _{2})}

para todo par de geradores do retículo define a função de Weierstrass como uma função de uma variável complexa e um retículo.

Se τ {\displaystyle \tau } é um número complexo no semiplano superior, então

( z ; τ ) = ( z ; 1 , τ ) = 1 z 2 + n 2 + m 2 0 1 ( z n m τ ) 2 1 ( n + m τ ) 2 . {\displaystyle \wp (z;\tau )=\wp (z;1,\tau )={\frac {1}{z^{2}}}+\sum _{n^{2}+m^{2}\neq 0}{1 \over (z-n-m\tau )^{2}}-{1 \over (n+m\tau )^{2}}.}

A soma indicada anteriormente é homogênea com um grau menos dois, com o qual se pode definir a função {\displaystyle \wp } de Weierstrass para todo par de períodos, como

( z ; ω 1 , ω 2 ) = ( z / ω 1 ; ω 2 / ω 1 ) / ω 1 2 . {\displaystyle \wp (z;\omega _{1},\omega _{2})=\wp (z/\omega _{1};\omega _{2}/\omega _{1})/\omega _{1}^{2}.}

Pode-se calcular {\displaystyle \wp } de forma direta e rápida em termo das funções teta; porque as mesmas convergem rapidamente, esta é uma forma mais veloz de computar-se {\displaystyle \wp } que as séries que nós usamos para definí-las. A fórmula é

( z ; τ ) = π 2 ϑ 2 ( 0 ; τ ) ϑ 10 2 ( 0 ; τ ) ϑ 01 2 ( z ; τ ) ϑ 11 2 ( z ; τ ) + e 2 ( τ ) {\displaystyle \wp (z;\tau )=\pi ^{2}\vartheta ^{2}(0;\tau )\vartheta _{10}^{2}(0;\tau ){\vartheta _{01}^{2}(z;\tau ) \over \vartheta _{11}^{2}(z;\tau )}+e_{2}(\tau )}

onde

e 2 ( τ ) = π 2 3 ( ϑ 4 ( 0 ; τ ) + ϑ 10 4 ( 0 ; τ ) ) . {\displaystyle e_{2}(\tau )=-{\pi ^{2} \over {3}}(\vartheta ^{4}(0;\tau )+\vartheta _{10}^{4}(0;\tau )).}

Existe um polo de segunda ordem em cada ponto do retículo do período (incluindo a origem). Com estas definições, ( z ) {\displaystyle \wp (z)} é uma função par e sua derivada em relação a z {\displaystyle z} , {\displaystyle \wp '} , é uma função ímpar. Posteriores desenvolvimentos da teoria das funções elípticas mostram que a condição sobre a função de Weierstrass (corretamente chamada pe) é determinada pela adição de uma constante e multiplicação por uma constante não nula sobre os polos isolados, entre todos as funções meromorfas com o retículo do período dado.

Invariantes

A parte real do invariante g3 como uma função do nome q sobre o disco unidade.
A parte imaginária do invariante g3 como uma função do nome q sobre o disco unidade.

Se pontos próximos à origem são considerados a série de Laurent apropriada é

( z ; ω 1 , ω 2 ) = z 2 + 1 20 g 2 z 2 + 1 28 g 3 z 4 + O ( z 6 ) {\displaystyle \wp (z;\omega _{1},\omega _{2})=z^{-2}+{\frac {1}{20}}g_{2}z^{2}+{\frac {1}{28}}g_{3}z^{4}+O(z^{6})}

onde

g 2 = 60 Ω m , n 4 , g 3 = 140 Ω m , n 6 . {\displaystyle g_{2}=60\sum {}'\Omega _{m,n}^{-4},\qquad g_{3}=140\sum {}'\Omega _{m,n}^{-6}.}

(aqui Ω m , n = m ω 1 + n ω 2 {\displaystyle \Omega _{m,n}=m\omega _{1}+n\omega _{2}} e uma soma tracejada referem-se ao somatório sobre todos os pares de inteiros exceto m = n = 0 {\displaystyle m=n=0} ). Os números g 2 {\displaystyle g_{2}} e g 3 {\displaystyle g_{3}} são conhecidos como os invariantes — são dois termos externos da série de Eisenstein. (Abramowitz e Stegun limitam-se ao caso de g 2 {\displaystyle g_{2}} real e g 3 {\displaystyle g_{3}} , estabelecendo neste caso "parecer abranger a maioria das aplicações"; isto pode ser verdadeiro do ponto de vista de matemática aplicada. Se ω 1 {\displaystyle \omega _{1}} é real e ω 2 {\displaystyle \omega _{2}} puramente imaginário, ou se ω 1 = ω 2 ¯ {\displaystyle \omega _{1}={\overline {\omega _{2}}}} , os invariantes são reais).

Note-se que g 2 {\displaystyle g_{2}} e g 3 {\displaystyle g_{3}} são funções homogêneas de grau -4 e -6; isto é,

g 2 ( λ ω 1 , λ ω 2 ) = λ 4 g 2 ( ω 1 , ω 2 ) {\displaystyle g_{2}(\lambda \omega _{1},\lambda \omega _{2})=\lambda ^{-4}g_{2}(\omega _{1},\omega _{2})}

e

g 3 ( λ ω 1 , λ ω 2 ) = λ 6 g 3 ( ω 1 , ω 2 ) . {\displaystyle g_{3}(\lambda \omega _{1},\lambda \omega _{2})=\lambda ^{-6}g_{3}(\omega _{1},\omega _{2}).}

Então, por convenção, frequentemente escreve-se g 2 {\displaystyle g_{2}} e g 3 {\displaystyle g_{3}} em termos de razão de meio período τ = ω 2 / ω 1 {\displaystyle \tau =\omega _{2}/\omega _{1}} e toma-se τ {\displaystyle \tau } situando-se no meio plano superior. Então, g 2 ( τ ) = g 2 ( 1 , ω 2 / ω 1 ) {\displaystyle g_{2}(\tau )=g_{2}(1,\omega _{2}/\omega _{1})} e g 3 ( τ ) = g 3 ( 1 , ω 2 / ω 1 ) {\displaystyle g_{3}(\tau )=g_{3}(1,\omega _{2}/\omega _{1})} .

A série de Fourier para g 2 {\displaystyle g_{2}} e g 3 {\displaystyle g_{3}} pode ser escrita em termos do quadrado da nome q = exp ( i π τ ) {\displaystyle q=\exp(i\pi \tau )} como

g 2 ( τ ) = 4 π 4 3 [ 1 + 240 k = 1 σ 3 ( k ) q 2 k ] {\displaystyle g_{2}(\tau )={\frac {4\pi ^{4}}{3}}\left[1+240\sum _{k=1}^{\infty }\sigma _{3}(k)q^{2k}\right]}

e

g 3 ( τ ) = 8 π 6 27 [ 1 504 k = 1 σ 5 ( k ) q 2 k ] {\displaystyle g_{3}(\tau )={\frac {8\pi ^{6}}{27}}\left[1-504\sum _{k=1}^{\infty }\sigma _{5}(k)q^{2k}\right]}

onde σ a ( k ) {\displaystyle \sigma _{a}(k)} é a função divisor. Esta fórmula pode ser reescrita em termos de série de Lambert.

Os invariantes podem ser expressos em termos de funções teta de Jacobi. Este método é muito conveniente para cálculo numérico: as funções teta convergem muito rapidamente. Na notação de Abramowitz e Stegun, mas notando os semiperíodos primitivos por ω 1 , ω 2 {\displaystyle \omega _{1},\omega _{2}} , os invariantes satisfazem

g 2 ( ω 1 , ω 2 ) = π 4 12 ω 1 4 ( θ 2 ( 0 , q ) 8 θ 3 ( 0 , q ) 4 θ 2 ( 0 , q ) 4 + θ 3 ( 0 , q ) 8 ) {\displaystyle g_{2}(\omega _{1},\omega _{2})={\frac {\pi ^{4}}{12\omega _{1}^{4}}}\left(\theta _{2}(0,q)^{8}-\theta _{3}(0,q)^{4}\theta _{2}(0,q)^{4}+\theta _{3}(0,q)^{8}\right)}

e

g 3 ( ω 1 , ω 2 ) = π 6 ( 2 ω 1 ) 6 [ 8 27 ( θ 2 ( 0 , q ) 12 + θ 3 ( 0 , q ) 12 ) {\displaystyle g_{3}(\omega _{1},\omega _{2})={\frac {\pi ^{6}}{(2\omega _{1})^{6}}}\left[{\frac {8}{27}}\left(\theta _{2}(0,q)^{12}+\theta _{3}(0,q)^{12}\right)\right.}
4 9 ( θ 2 ( 0 , q ) 4 + θ 3 ( 0 , q ) 4 ) θ 2 ( 0 , q ) 4 θ 3 ( 0 , q ) 4 ] {\displaystyle \left.-{\frac {4}{9}}\left(\theta _{2}(0,q)^{4}+\theta _{3}(0,q)^{4}\right)\cdot \theta _{2}(0,q)^{4}\theta _{3}(0,q)^{4}\right]}

onde τ = ω 2 / ω 1 {\displaystyle \tau =\omega _{2}/\omega _{1}} é o razão de meio período e q = e π i τ {\displaystyle q=e^{\pi i\tau }} é o nome.

Casos especiais

Se os invariantes são g 2 = 0 {\displaystyle g_{2}=0} , g 3 = 1 {\displaystyle g_{3}=1} , então isto é conhecido como o caso equianarmônico; g 2 = 1 {\displaystyle g_{2}=1} , g 3 = 0 {\displaystyle g_{3}=0} é o caso lemniscática.

Equação diferencial

Com esta notação, a função {\displaystyle \wp } satisfaz a seguinte equação diferencial:

[ ( z ) ] 2 = 4 [ ( z ) ] 3 g 2 ( z ) g 3 , {\displaystyle [\wp '(z)]^{2}=4[\wp (z)]^{3}-g_{2}\wp (z)-g_{3},}

onde a dependência em ω 1 {\displaystyle \omega _{1}} e ω 2 {\displaystyle \omega _{2}} é suprimida.

Equação integral

A função elíptica de Weierstrass pode ser dada como a inversa de uma integral elíptica.

Fazendo-se

u = y d s 4 s 3 g 2 s g 3 . {\displaystyle u=\int _{y}^{\infty }{\frac {ds}{\sqrt {4s^{3}-g_{2}s-g_{3}}}}.}

Aqui, g2 e g3 são tomados como constantes. Então tem-se

y = ( u ) . {\displaystyle y=\wp (u).}

O acima segue-se diretamente por integração da equação diferencial.

Discriminante modular

A parte real do discriminante como uma função do nome q no disco unidade.

O discriminante modular Δ {\displaystyle \Delta } é definido como

Δ = g 2 3 27 g 3 2 . {\displaystyle \Delta =g_{2}^{3}-27g_{3}^{2}.}

Isto é estudado na forma adequada, como uma forma parabólica, na teoria da forma modular (isto é, como uma função do retículo do período).

Note-se que Δ = ( 2 π ) 12 η 24 {\displaystyle \Delta =(2\pi )^{12}\eta ^{24}} onde η {\displaystyle \eta } é a função eta de Dedekind.

A presença do 24 pode ser entendida pela conexão com outras ocorrências, como na função eta e no retículo Leech.

O discriminante é uma forma modular de peso 12. Isto é, sob a ação de grupo modular, transforma-se como

Δ ( a τ + b c τ + d ) = ( c τ + d ) 12 Δ ( τ ) {\displaystyle \Delta \left({\frac {a\tau +b}{c\tau +d}}\right)=\left(c\tau +d\right)^{12}\Delta (\tau )}

com τ sendo a razão de meio período, e a,b,c e d sendo inteiros, com ad − bc = 1.

As constantes e1, e2 e e3

Considerando-se a equação polinomial cúbica 4 t 3 g 2 t g 3 = 0 {\displaystyle 4t^{3}-g_{2}t-g_{3}=0} com raízes e 1 {\displaystyle e_{1}} , e 2 {\displaystyle e_{2}} , e e 3 {\displaystyle e_{3}} . Se o discriminante Δ = g 2 3 27 g 3 2 {\displaystyle \Delta =g_{2}^{3}-27g_{3}^{2}} não é zero, nem duas destas raízes são igauis. Já que o termo quadrático desta polinomial cúbica é zero, as raízes são relacionadas pela equação

e 1 + e 2 + e 3 = 0. {\displaystyle e_{1}+e_{2}+e_{3}=0.}

Os coeficientes lineare e constante (g2 and g3, respectivamente) são relacionados às raízes pelas equações[1]

g 2 = 4 ( e 1 e 2 + e 1 e 3 + e 2 e 3 ) = 2 ( e 1 2 + e 2 2 + e 3 2 ) {\displaystyle g_{2}=-4\left(e_{1}e_{2}+e_{1}e_{3}+e_{2}e_{3}\right)=2\left(e_{1}^{2}+e_{2}^{2}+e_{3}^{2}\right)}
g 3 = 4 e 1 e 2 e 3 . {\displaystyle g_{3}=4e_{1}e_{2}e_{3}.}

No caso de invariantes reais, o sinal de Δ {\displaystyle \Delta } determina a natureza das raízes. Se Δ > 0 {\displaystyle \Delta >0} , todas as três são reais e é convencional nomeá-las então e 1 > e 2 > e 3 {\displaystyle e_{1}>e_{2}>e_{3}} . Se Δ < 0 {\displaystyle \Delta <0} , é convencional escrever-se e 1 = α + β i {\displaystyle e_{1}=-\alpha +\beta i} (onde α 0 {\displaystyle \alpha \geq 0} , β > 0 {\displaystyle \beta >0} ), onde e 3 = e 1 ¯ {\displaystyle e_{3}={\overline {e_{1}}}} e e 2 {\displaystyle e_{2}} é real e não negativa.

Os meio períodos ω1 e ω2 da função elíptica de Weierstrass são relacionados às raízes

( ω 1 ) = e 1 ( ω 2 ) = e 2 ( ω 3 ) = e 3 {\displaystyle \wp (\omega _{1})=e_{1}\qquad \wp (\omega _{2})=e_{2}\qquad \wp (\omega _{3})=e_{3}}

onde ω 3 = ( ω 1 + ω 2 ) {\displaystyle \omega _{3}=-(\omega _{1}+\omega _{2})} . Desde que a derivada da função elíptica de Weierstrass iguala-se the above polinomial cúbico do valor da função, ( ω i ) = 0 {\displaystyle \wp '(\omega _{i})=0} para i = 1 , 2 , 3 {\displaystyle i=1,2,3} ; se o valor da função iguala-se a raiz do polinômio, a derivada é zero.

Se g 2 {\displaystyle g_{2}} e g 3 {\displaystyle g_{3}} são reais e Δ > 0 {\displaystyle \Delta >0} , a e i {\displaystyle e_{i}} são todos reais, e ( ) {\displaystyle \wp ()} é real sobre o perímetro do retângulo com vértices 0 {\displaystyle 0} , ω 3 {\displaystyle \omega _{3}} , ω 1 + ω 3 {\displaystyle \omega _{1}+\omega _{3}} , e ω 1 {\displaystyle \omega _{1}} . Se as raízes são ordenadas como above ( e 1 > e 2 > e 3 {\displaystyle e_{1}>e_{2}>e_{3}} ), então o primeiro meio período é completamente real

ω 1 = e 1 d z 4 z 3 g 2 z g 3 {\displaystyle \omega _{1}=\int _{e_{1}}^{\infty }{\frac {dz}{\sqrt {4z^{3}-g_{2}z-g_{3}}}}}

considerando-se que o terceiro meio período é completamente imaginário

ω 3 = i e 3 d z 4 z 3 g 2 z g 3 . {\displaystyle \omega _{3}=i\int _{-e_{3}}^{\infty }{\frac {dz}{\sqrt {4z^{3}-g_{2}z-g_{3}}}}.}

Teoremas de adição

As funções elípticas de Weierstrass tem diversas propriedades que podem ser provadas:

det [ ( z ) ( z ) 1 ( y ) ( y ) 1 ( z + y ) ( z + y ) 1 ] = 0 {\displaystyle \det {\begin{bmatrix}\wp (z)&\wp '(z)&1\\\wp (y)&\wp '(y)&1\\\wp (z+y)&-\wp '(z+y)&1\end{bmatrix}}=0}

(uma versão simétrica seria

det [ ( u ) ( u ) 1 ( v ) ( v ) 1 ( w ) ( w ) 1 ] = 0 {\displaystyle \det {\begin{bmatrix}\wp (u)&\wp '(u)&1\\\wp (v)&\wp '(v)&1\\\wp (w)&\wp '(w)&1\end{bmatrix}}=0}

Onde u + v + w = 0 {\displaystyle u+v+w=0} ).

Além disso

( z + y ) = 1 4 { ( z ) ( y ) ( z ) ( y ) } 2 ( z ) ( y ) . {\displaystyle \wp (z+y)={\frac {1}{4}}\left\{{\frac {\wp '(z)-\wp '(y)}{\wp (z)-\wp (y)}}\right\}^{2}-\wp (z)-\wp (y).}

e a fórmula da duplicação

( 2 z ) = 1 4 { ( z ) ( z ) } 2 2 ( z ) , {\displaystyle \wp (2z)={\frac {1}{4}}\left\{{\frac {\wp ''(z)}{\wp '(z)}}\right\}^{2}-2\wp (z),}

exceto 2 z {\displaystyle 2z} que é um período.

O caso com 1 um meio período básico

Se ω 1 = 1 {\displaystyle \omega _{1}=1} , muito da teoria acima torna-se mais simples; é então convencional escrever-se τ {\displaystyle \tau } para ω 2 {\displaystyle \omega _{2}} . Para um τ fixo no meio plano superior, então a parte imaginária de τ é positiva, nós definimos a função Weierstrass {\displaystyle \wp } por

( z ; τ ) = 1 z 2 + n 2 + m 2 0 1 ( z n m τ ) 2 1 ( n + m τ ) 2 . {\displaystyle \wp (z;\tau )={\frac {1}{z^{2}}}+\sum _{n^{2}+m^{2}\neq 0}{1 \over (z-n-m\tau )^{2}}-{1 \over (n+m\tau )^{2}}.}

A soma estende-se sobre o retículo {n+mτ : n e m in Z} com a origem omitida.

Aqui consideramos τ como fixo e {\displaystyle \wp } como uma função de z {\displaystyle z} ; fixando z {\displaystyle z} e deixando τ variar a condução dentro da área das funções elípticas modulares.

Teoria geral

{\displaystyle \wp } é uma função meromorfa no plano complexo com um duplo polo a cada ponto do retículo. É duplamente periódico com os períodos 1 e τ; isto significa que {\displaystyle \wp } satisfaz

( z + 1 ) = ( z + τ ) = ( z ) {\displaystyle \wp (z+1)=\wp (z+\tau )=\wp (z)}

A soma acima é homogênea de grau menos dois, e se c {\displaystyle c} é qualquer número complexo não zero,

( c z ; c τ ) = ( z ; τ ) / c 2 {\displaystyle \wp (cz;c\tau )=\wp (z;\tau )/c^{2}}

dos quais nós podemos definir a função Weierstrass {\displaystyle \wp } para qualquer par de períodos. Nós também podemos tomar a derivada (evidentemente, em relação a z) e obter uma função algebricamente relacionada a {\displaystyle \wp } por

2 = 3 g 2 g 3 {\displaystyle \wp '^{2}=\wp ^{3}-g_{2}\wp -g_{3}}

onde g 2 {\displaystyle g_{2}} and g 3 {\displaystyle g_{3}} depende somente de τ, sendo forma modular. A equação

Y 2 = X 3 g 2 X g 3 {\displaystyle Y^{2}=X^{3}-g_{2}X-g_{3}}

define uma curva elíptica, e nós vemos que ( , ) {\displaystyle (\wp ,\wp ')} é uma parametrização desta curva.

A totalidade das funções meromorfas duplamente periódicas com dados períodos define uma função corpo algébrico, associado a esta curva.

Podemos mostrar que este corpo é

C ( , ) , {\displaystyle \mathbb {C} (\wp ,\wp '),}

então todas estas funções são funções racionais na função Weierstrass e sua derivada.

Nós também podemos inserir um paralelograma de período único em um toro, ou superfície de Riemann em forma de "donut" , e tendo as funções elípticas associadas a um dado par de períodos como sendo funções definidas sobre esta superfície de Riemann.

As raízes e 1 {\displaystyle e_{1}} , e 2 {\displaystyle e_{2}} , e e 3 {\displaystyle e_{3}} da equação X 3 g 2 X g 3 {\displaystyle X^{3}-g_{2}X-g_{3}} dependem de τ e podem ser expressas em termos de funções teta; nós temos

e 1 ( τ ) = π 2 3 ( ϑ 4 ( 0 ; τ ) + ϑ 01 4 ( 0 ; τ ) ) , {\displaystyle e_{1}(\tau )={\pi ^{2} \over {3}}(\vartheta ^{4}(0;\tau )+\vartheta _{01}^{4}(0;\tau )),}
e 2 ( τ ) = π 2 3 ( ϑ 4 ( 0 ; τ ) + ϑ 10 4 ( 0 ; τ ) ) , {\displaystyle e_{2}(\tau )=-{\pi ^{2} \over {3}}(\vartheta ^{4}(0;\tau )+\vartheta _{10}^{4}(0;\tau )),}
e 3 ( τ ) = π 2 3 ( ϑ 10 4 ( 0 ; τ ) ϑ 01 4 ( 0 ; τ ) ) . {\displaystyle e_{3}(\tau )={\pi ^{2} \over {3}}(\vartheta _{10}^{4}(0;\tau )-\vartheta _{01}^{4}(0;\tau )).}

Dado que g 2 = 4 ( e 1 e 2 + e 2 e 3 + e 3 e 1 ) {\displaystyle g_{2}=-4(e_{1}e_{2}+e_{2}e_{3}+e_{3}e_{1})} e g 3 = 4 e 1 e 2 e 3 {\displaystyle g_{3}=4e_{1}e_{2}e_{3}} nós temos estes também em termos de funções teta.

Podemos também expressar {\displaystyle \wp } em termos de funções theta; porque estas convergem muito rapidamente, este é um meio mais rápido de cálculo {\displaystyle \wp } que as séries que usamos para definí-las.

( z ; τ ) = π 2 ϑ 2 ( 0 ; τ ) ϑ 10 2 ( 0 ; τ ) ϑ 01 2 ( z ; τ ) ϑ 11 2 ( z ; τ ) + e 2 ( τ ) . {\displaystyle \wp (z;\tau )=\pi ^{2}\vartheta ^{2}(0;\tau )\vartheta _{10}^{2}(0;\tau ){\vartheta _{01}^{2}(z;\tau ) \over \vartheta _{11}^{2}(z;\tau )}+e_{2}(\tau ).}

A função {\displaystyle \wp } tem dois zeros (módulos de períodos) e a função {\displaystyle \wp '} tem três. Os zeros de {\displaystyle \wp '} são fáceis de serem encontrados: dado que {\displaystyle \wp '} é uma função ímpar devem estar em pontos de meio período. Por outro lado é muito difícil expressar os zeros de {\displaystyle \wp } por forma fechada, exceto para valores especiais do módulo (e.g. quando o retículo do período é inteiro de Gauss). Uma expressão foi encontrada por Zagier e Eichler.[2]

A teoria de Weierstrass também inclui a função zeta de Weierstrass, a qual é uma integral indefinida de {\displaystyle \wp } e não duplamente periódica, e uma função teta chamada função sigma de Weierstrass, da qual sua função zeta é a derivada logarítmica. A função sigma tem zeros em todos os pontos do período (somente), e pode ser expressa em termos de funções de Jacobi. Isto dá um meio de conversão entre notações de Weierstrass e Jacobi.

A função sigma de Weierstrass é uma função inteira; desempenha o papel de função 'típica' na teoria de funções inteiras aleatórias de J. E. Littlewood.

Relação com as funções elípticas de Jacobi

Para trabalho numérico, é frequentemente conveniente calcular a função elíptica de Weierstrass em termos das funções elípticas de Jacobi. As relações básicas são[3]

( z ) = e 3 + e 1 e 3 s n 2 w = e 2 + ( e 1 e 3 ) d n 2 w s n 2 w = e 1 + ( e 1 e 3 ) c n 2 w s n 2 w {\displaystyle \wp (z)=e_{3}+{\frac {e_{1}-e_{3}}{\mathrm {sn} ^{2}w}}=e_{2}+\left(e_{1}-e_{3}\right){\frac {\mathrm {dn} ^{2}w}{\mathrm {sn} ^{2}w}}=e_{1}+\left(e_{1}-e_{3}\right){\frac {\mathrm {cn} ^{2}w}{\mathrm {sn} ^{2}w}}}

onde e1-3 são as três raízes descritas acima e onde o módulo k das funções de Jacobi iguala-se

k e 2 e 3 e 1 e 3 {\displaystyle k\equiv {\sqrt {\frac {e_{2}-e_{3}}{e_{1}-e_{3}}}}}

e seu argumento w iguala-se

w z e 1 e 3 . {\displaystyle w\equiv z{\sqrt {e_{1}-e_{3}}}.}

Referências

  1. Abramowitz and Stegun, p. 629
  2. M. Eichler and D. Zagier, On the zeros of the Weierstrass ℘-Function, Mathematische Annalen, Volume 258, Number 4, December 1982.
  3. Korn GA, Korn TM (1961). Mathematical Handbook for Scientists and Engineers. New York: McGraw-Hill. 721 páginas. LCCN 59-14456 
  • Naum Illyich Akhiezer, Elements of the Theory of Elliptic Functions, (1970) Moscow, traduzido para o inglês como AMS Translations of Mathematical Monographs Volume 79 (1990) AMS, Rhode Island ISBN 0-8218-4532-2
  • Tom M. Apostol, Modular Functions and Dirichlet Series in Number Theory, Second Edition (1990), Springer, New York ISBN 0-387-97127-0 (See chapter 1.)
  • K. Chandrasekharan, Elliptic functions (1980), Springer-Verlag ISBN 0-387-15295-4
  • Serge Lang, Elliptic Functions (1973), Addison-Wesley, ISBN 0-201-04162-6
  • E. T. Whittaker and G. N. Watson, A course of modern analysis, Cambridge University Press, 1952, capítulos 20 e 21
  • Konrad Knopp, Funktionentheorie II (1947), Dover; Republicado em traduçã para o inglês como Theory of Functions (1996), Dover ISBN 0-486-69219-1
  • Abramowitz and Stegun; Handbook of Mathematical Functions, capítulo 18

Ligações externas

  • «Weierstrass Elliptic Function» (em inglês). - Funções elípticas de Weierstrass no MathWorld - 
  • «Funções elípticas, página de análise complexa de Hans Lundmark» 
  • Portal da matemática