Alex Atala

Alex Atala
Alex Atala
Alex Atala em 2013
Nome completo Milad Alexandre Mack Atala
Nascimento 3 de junho de 1968 (56 anos)
São Paulo
Nacionalidade brasileiro
Ocupação chef de cozinha
Página oficial
https://www.alexatala.com.br/

Milad Alexandre Mack Atala OMC (São Paulo, 3 de junho de 1968) é um chef de cozinha e restaurateur brasileiro. Eleito chef do ano pelo Guia Quatro Rodas em 2006, o seu restaurante, D.O.M., foi considerado 6º melhor restaurante do mundo e o melhor da América do Sul, lista World’s 50 Best Restaurants de 2013 [1].

Biografia

Filho de Milad Atala, funcionário administrativo de uma indústria de borracha, Alex nasceu em uma família de classe média de origem palestina, no bairro da Mooca e foi aluno do tradicional Colégio Santa Maria (São Paulo), localizado na zona sul da cidade. Dotado de um temperamento "determinado, teimoso até", como definiu o seu pai, ele aderiu ao estilo punk rock e, com quatorze anos, deixou a casa dos pais e começa a trabalhar como DJ no lendário clube Rose Bom Bom.

Aos dezoito anos, viajou para a Europa como mochileiro e trabalhou pintando paredes na Bélgica. Por sugestão de um amigo, fez um curso profissionalizante de gastronomia e, em seguida, trabalhou em restaurantes na Bélgica, na França e na Itália, aperfeiçoando seus conhecimentos da arte culinária. Assim, aprendeu inglês, francês e italiano.

Os marcos importantes de sua história que o levaram ao primeiro encontro com a culinária foram documentados pelo Museu da Pessoa, em entrevista intitulada “Comida como um valor para o homem”, publicada em 2019[2]. Em seu relato, contou que, nesse período passado na Europa, a cozinha surgiu como uma necessidade antes de se tornar paixão e profissão:

"A necessidade, inclusive de não me tornar ilegal, de ter uma profissão, me levou para a cozinha. Lá eu fiz a Escola de Hotelaria de Namur. De lá eu fui para a França, depois para a Itália. Eu não escolhi ser cozinheiro. A vida me levou a ser cozinheiro. Uma coisa é certa e eu sempre digo: 'As oportunidades que eu tive na vida, eu agarrei com muita força'".
— Alex Atala

 Entrevista concedida ao Museu da Pessoa

De volta a São Paulo, trabalhou no restaurante Sushi Pasta, porém o sucesso veio quando foi chamado para renovar o cardápio do extinto restaurante Filomena. Por esse trabalho foi eleito o Melhor Jovem Chef pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Diferenciados. Lá criou uma entrada de alho assado e outros grandes pratos, como manga grelhada com pimenta branca e molho de maracujá. Atala também trabalhou no restaurante 72, antes de inaugurar o Namesa, em 1999, restaurante que ainda serve comidas rápidas na região dos Jardins.

Alex é um defensor da culinária regional, como expressa em seu livro Por uma Gastronomia Brasileira, e coloca a culinária amazônica, especificamente a paraense, como base de alguns de seus melhores pratos. Abre o restaurante Dalva e Dito em 2009, mesclando culinária regional com sua técnica impecável.

O reconhecimento pelo grande público veio através do extinto programa televisivo Mesa para Dois, no canal GNT, da Globosat, no qual se apresentava com a chef carioca Flávia Quaresma, do restaurante francês Carême.

Atala é casado com a estilista Márcia Lagos e tem três filhos: Pedro, nascido em 1994, do seu primeiro casamento; e os gêmeos Thomas e Joana, nascidos em 2004.

Também foi um dos convidados para o sorteio dos grupos da Copa das Confederações de 2013 e causou confusão ao retirar uma bola do pote errado[3].

Restaurante D.O.M.

Ver artigo principal: D.O.M.
Alex Atala em 2008

Em 1999 Atala e mais dois sócios abriram o restaurante D.O.M. (acrônimo da locução latina Deo Optimo Maximo[nota 1]),[4] cujo projeto arquitetônico é de Ruy Ohtake. O D.O.M. tornou-se um sucesso de público e crítica, recebendo diversos prêmios. No mesmo ano foi eleito Chefe Revelação e o D.O.M., o Melhor Restaurante, pela revista Gula, especializada em gastronomia; em 2000, Atala foi o Melhor Chefe, e o D.O.M., o Melhor Restaurante Contemporâneo, novamente segundo a Gula. O D.O.M. foi também o Melhor Restaurante Contemporâneo, segundo a revista Veja. Em 2002, Atala foi novamente considerado o Melhor Chefe, segundo a Veja, e seu restaurante foi mais uma vez escolhido o Melhor Restaurante Contemporâneo, tanto pela Veja como pela Gula. Em 2006, o D.O.M. recebeu a classificação máxima (3 estrelas) do Guia Quatro Rodas, além de ser eleito o Chef do Ano pelo mesmo guia e pela revista Veja São Paulo.

Em 2007, o D.O.M. figurou em 40º lugar na lista dos melhores restaurantes do mundo (San Pellegrino World’s 50 Best Restaurants) e foi incluído no guia organizado pela revista londrina Restaurant.[5] No topo da lista figurava o restaurante de cozinha contemporânea El Bulli, do chef catalão Ferran Adrià. Amigo pessoal de Atala, Adrià é considerado o "papa" da culinária de desconstrução e o mais influente chef do mundo. Em 2009, o D.O.M. passou à 24ª posição na lista[6], em 2010, passou à 18ª posição, em 2011, passou à 7ª posição[7] e, em 2012, chegou à 4ª posição.

Em 2016, Alex Atala e seu restaurante D.O.M. apareceram na aclamada série documental Chef's Table (T02E02), produzida e distribuída globalmente pela Netflix.

Restaurante D.O.M.[8]
Ano Posição no Ranking
2016 11
2015 9
2014 7
2013 6
2012 4
2011 7
2010 18
2009 24
2008 40
2007 38
2006 50

Controvérsias

Em agosto de 2019, o chef foi acusado de se apropriar indevidamente do nome “baunilha do cerrado” como marca registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), em detrimento e sem consulta a quilombolas e outras comunidades que utilizam tradicionalmente o ingrediente no Cerrado brasileiro. [9]

Livros

  • "Por uma Gastronomia Brasileira" - Alex Atala - Editora Bei, 2003 - ISBN 8586518352
  • "Com Unhas, Dentes & Cuca" - Alex Atala - Editora Senac, 2008
  • "Escoffianas Brasileiras" - Alex Atala - Editora Larousse Brasil, 2008 - ISBN 9788576352549
  • "D.O.M. Redescobrindo Ingredientes Brasileiros" - Alex Atala - Editora Melhoramentos, 2013 - ISBN 9788506072219

Notas

  1. Literalmente "Deus, o melhor e o maior". Também é encontrada na forma Deus Optimus Maximus e tem como origem um dos epítetos de Júpiter (Iuppiter Optimus Maximus), usado na Roma Antiga e posteriormente adaptado pelos cristãos. A expressão é frequentemente escrita (por extenso ou abreviadamente) nas lápides e nas fachadas de igrejas renascentistas, sobretudo na Itália.

Referências

  1. D.O.M. cai para a 6º posição no Oscar da gastronomia.
  2. «Comida como um valor para o homem». Museu da Pessoa. 22 de maio de 2019. Consultado em 17 de maio de 2023 
  3. Terra, 1 de dezembro de 2012 Alex Atala erra e causa confusão em sorteio da C. das Confederações
  4. Palavra do chef. "Pode ter certeza que vai acontecer um boom de Amazônia"[ligação inativa]. Entrevista com Alex Atala, por André Sender.
  5. Site da revista Restaurant
  6. Estadão, 20 de abril de 2009 D.O.M., de Alex Atala, é o melhor sul-americano.
  7. «The World's 50 Best Restaurant Awards 1-50». Consultado em 27 de abril de 2010. Arquivado do original em 28 de fevereiro de 2011 
  8. Site da revistaRestaurant
  9. Alex Atala registra marcas da baunilha do Cerrado, alimento tradicional dos quilombolas

Ligações externas

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  • e
Prêmio Faz Diferença do jornal O Globo — Ela
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